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Adaptações das aves marinhas ao ambiente aquático

Autores: Raphaela A. Duarte Silveira, Fernanda C. Jeronimo, Thais R. Semprebom e Douglas F. Peiró


Patola-de-pés-azuis Sula nebouxii, ave marinha de regiões subtropicais e tropicais do Oceano Pacífico. Fonte: Diego F. Parra/Pexels.



A vida no ambiente marinho apresenta muitos desafios às aves marinhas, o que com certeza teve um importante papel em moldar a sua história de vida e fisiologia. As aves marinhas apresentam algumas adaptações a esse ambiente:



Glândula de sal


A alimentação das aves marinhas vem majoritariamente de organismos marinhos, o que torna a quantidade de sal ingerida muito alta. Dessa forma, elas possuem as glândulas de sal, localizadas atrás da órbita ocular. Essas glândulas excretam o sal através das narinas ou bico. Além disso, as aves marinhas limitam a ingestão de água salgada, obtendo a maior parte dos fluidos dos alimentos consumidos.

Estrutura de uma parte da glândula de sal de uma ave (direita). Quando a ave ingere água do mar, o sal vai para os vasos sanguíneos (em vermelho) e é direcionado às glândulas para filtragem. O sal extraído passa para os tubos secretores (em azul) conectados ao canal nasal, para ser eliminado pelas narinas em forma de líquido (esquerda). Fonte: Helixitta/Wikimedia Commons (CC BY-SA 4.0).



Membrana interdigital nos pés


Essa membrana auxilia as aves marinhas na natação e também na propulsão ao voar.


Observe a membrana interdigital nos pés da gaivota-d’asa-escura Larus fuscus. Fonte: Rudolphous/Wikimedia Commons (CC BY- SA 4.0).



Morfologia das asas


As formas das asas das aves marinhas são de acordo com seus hábitos alimentares e de voo. Algumas aves possuem asas longas e cônicas, o que auxilia no voo a longas distâncias com pouco esforço; enquanto que outras aves possuem asas curtas e robustas, auxiliando num maior controle ao mergulhar em busca de alimento.


Perceba a diferença na morfologia das asas da andorinha-do-Ártico Sterna paradisaea (A), mais longa e cônica em comparação às asas do papagaio-do-mar Fratercula arctica (B), curta e robusta. Fonte: (A) Lisa Redfern/Pixabay e (B) Francesco Veronesi/Wikimedia Commons (CC BY-SA 2.0).



Penas


As aves marinhas possuem mais penas do que as aves terrestres devido à adaptação ao ambiente com temperaturas mais baixas. Além disso, essas aves possuem a glândula uropigiana, localizada dorsalmente próxima à região da cauda. Essa glândula produz um óleo, que é espalhado pelas aves, com o bico, em suas penas, a fim de impermeabilizá-las. Dessa forma, ao mergulhar ou tomar chuva, as penas não se molham e não ficam pesadas.


Crossbill-de-asa-branca Loxia leucoptera (A) e gaivota-prateada Larus argentatus (B) impermeabilizando suas penas com o óleo produzido pela glândula uropigiana. Fonte: (A) Darroch Whitaker/Wikimedia Commons (CC BY-SA 3.0) e (B) Lamiot/Wikimedia Commons (CC BY-SA 3.0).



Coloração da plumagem


O padrão de cores, escura na parte dorsal e clara na parte ventral, é muito comum em aves marinhas. Esse padrão serve como camuflagem, uma vez que a plumagem escura no dorso as protege de predadores aéreos e a plumagem clara no ventre garante que sejam camuflados quando vistas por debaixo d’água.


Perceba a coloração da plumagem do papagaio-do-mar Fratercula arctica, mostrando o padrão de cores escuro na parte dorsal e claro na parte ventral. Fonte: No-longer-here/Pixabay.



Bicos adaptados


As aves marinhas têm diferentes características em seus bicos, dependendo do tipo de alimentação. A maior parte das aves utilizam os bicos para capturar e manusear o alimento. Algumas espécies possuem o formato do bico em gancho, o que ajuda a segurar o alimento, outras possuem o bico serrado nas extremidades, também para segurar os alimentos.


Exemplo da diversidade de formatos dos bicos das aves. Fonte: L. Shyamal/Wikipédia (CC BY-SA 2.5).



Corpo


O corpo de algumas aves marinhas tem formato de torpedo, ou seja, são hidrodinâmicos, fazendo com que sejam mergulhadoras eficientes.


Pinguim-gentoo Pygoscelis papua mergulhando. Perceba o corpo fusiforme e hidrodinâmico. Fonte: Ken Funakoshi/Wikimedia Commons (CC BY-SA 2.0).




Bibliografia


DUARTE SILVEIRA, R. A.; JERONIMO, F. C.; SEMPREBOM, T. R. e PEIRÓ, D. F. E-books de Biologia Marinha - Pinguins: biologia, ecologia e conservação. Instituto de Biologia Marinha Bióicos. Ubatuba - SP, Brasil. Editora Bióicos, 2ª edição, 2022.

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