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Qual a diferença entre os tubarões e as raias?

Autores: Talita Sant’Ana Chervenka, Filipe Guilherme Ramos Costa Neves, Raphaela A. Duarte Silveira e Douglas F. Peiró

Uma (1) imagem mostrando diversos tubarões-martelo (Sphyrna lewini) nadando no Oceano.

Diversos tubarões-martelo, Sphyrna lewini, nadando no oceano. Fonte: Ryan Espanto/Flickr (CC BY 2.0).



A classe dos Chondrichthyes é um grupo de animais marinhos cartilaginosos, devido a seu esqueleto ser composto por cartilagem. Esse grupo é dividido em duas subclasses, a subclasse Elasmobranchii, que englobam os tubarões e as raias (ou arraias). E há também a subclasse Holocephali, que são as quimeras.


Esta classe pode ser definida por algumas características, como: 1. a presença de dentículos dérmicos em sua superfície corporal externa, também chamado de escamas placóides, que são estruturas semelhantes a dentes; 2. o esqueleto é constituído principalmente de cartilagem; 3. os órgãos copulatórios são externos no macho, chamados de clásperes; 4. possuem de quatro e sete fendas branquiais, entre outras características.



MORFOLOGIA EXTERNA DOS TUBARÕES


Os tubarões apresentam determinadas características. Podemos citar que geralmente apresentam um corpo alongado e fusiforme, ou seja, mais fino nas pontas e mais espesso no centro, o que os torna mais hidrodinâmicos. Possuem de cinco a sete pares de fendas branquiais que estão localizadas lateralmente na cabeça. As nadadeiras peitorais não são fundidas à cabeça, que são bem destacadas do tronco (sendo possível observar uma clara separação da cabeça com as nadadeiras peitorais).


Uma (1) imagem de um Carcharodon carcharias, tubarão-branco no Oceano com uma vista lateral do animal, apresentando as características de um tubarão. Com o corpo alongado e fusiforme, possuindo 5 pares de fendas branquiais e as nadadeiras peitorais não estão fundidas com a cabeça, havendo uma clara separação entre elas.

Tubarão-branco, Carcharodon carcharias, apresentando o corpo alongado e fusiforme, possui 5 pares de fendas branquiais e as nadadeiras peitorais não estão fundidas com a cabeça. Fonte: Elias Levy/Flickr (CC BY 2.0).



MORFOLOGIA EXTERNA DAS RAIAS


As raias, por sua vez, apresentam um corpo achatado dorso-ventralmente, uma adaptação geralmente ao hábito de vida no fundo das águas. Possuem de cinco a seis pares de fendas branquiais que estão localizadas ventralmente na cabeça, não sendo possível vê-las de uma vista dorsal do animal. As nadadeiras peitorais são fundidas à cabeça e ao tronco, formando o que chamamos de disco, sendo possível observar um único contorno.


Uma (1) imagem de uma Aetobatus narinari, raia-pintada próximo à areia do fundo do Oceano, com uma vista dorsal do animal, apresentando as características de uma raia. Com o corpo achatado dorso-ventralmente, com as nadadeiras peitorais fundidas à cabeça, formando um disco. E não sendo possível observar as fendas branquiais por elas estarem localizadas na parte ventral da cabeça.

Raia-chita, Aetobatus narinari, com o corpo achatado dorso-ventralmente, com as nadadeiras peitorais fundidas à cabeça, formando um disco. Não é possível observar as fendas branquiais por elas estarem localizadas na parte ventral da cabeça. Fonte: Dave Clausen/WikimediaCommons (CC0).



A CONFUSÃO NA HORA DE DIFERENCIAR CERTAS ESPÉCIES


Apesar dos tubarões e raias terem suas morfologias externas diferentes entre si, há algumas espécies que podem ser confundidas. Como é o caso do cação-anjo, que é um tubarão que possui o corpo achatado como uma raia e as fendas branquiais só podem ser observadas pelo ventre, mas elas continuam lateralmente à cabeça. Mas, ainda permanece com uma leve separação entre a cabeça e a nadadeira peitoral.


Uma (1) imagem de Squatina dumeril, um cação-anjo com uma vista dorsal do animal, tendo a aparência de uma raia. Apresentando um corpo achatado, as fendas branquiais só podem ser vistas pelo ventre e há uma leve separação entre a cabeça e a nadadeira peitoral.

Um cação-anjo, Squatina dumeril, com aparência de uma raia. Apresentando um corpo achatado, as fendas branquiais só podem ser vistas pelo ventre e há apenas uma leve separação entre a cabeça e a nadadeira peitoral. Fonte: Donald Flescher, NOAA/NEFCH/WikimediaCommons (CC0).



E a raia-viola-de-espinhos, Rhina ancylostoma, que é uma raia que possui nadadeiras dorsais maiores e a cauda como a de um tubarão. Porém ainda permanece com as nadadeiras peitorais fundidas à cabeça, não havendo uma separação visível, e as fendas branquiais estão localizadas ventralmente à cabeça.


Uma (1) imagem de Rhina ancylostoma, uma raia-viola-de-espinhos com uma vista dorsal do animal, tendo a aparência de um tubarão. Apresentando um corpo achatado, as fendas branquiais não sendo observadas nessa posição dorsal que o animal se encontra, e não há separação entre a cabeça e as nadadeiras peitorais. Apresenta nadadeiras dorsais bem desenvolvidas assim como a cauda, sendo confundida com um tubarão.

Uma raia-viola-de-espinhos, Rhina ancylostoma, com aparência de um tubarão. Apresentando um corpo achatado, as fendas branquiais não sendo observadas nessa posição dorsal, e não há separação entre a cabeça e as nadadeiras peitorais. Apresenta nadadeiras dorsais bem desenvolvidas assim como a cauda. Fonte: Bryan/Flickr (CC BY-SA 2.0).



CONSIDERAÇÕES FINAIS


Os tubarões e as raias possuem uma grande diversidade em sua morfologia externa. Ainda que os tubarões e raias estejam na mesma subclasse, há certas características que os diferem entre si. No entanto, há exceções como no caso do cação-anjo e da raia-viola-de-espinhos, entre outras espécies que podem ser confundidas entre si.




Bibliografia


ARAUJO, N. L. F.; GOMES, R. A. Guia simplificado das raias da Guanabara. 1. ed. Rio de Janeiro: Instituto Mar Urbano, p. 4, 2021. Disponível em: https://institutomarurbano.com.br/wp-content/uploads/2021/07/Guia-de-Identifica%C3%A7%C3%A3o-Simplificado-das-Raias-da-Guanabara-1_compressed.pdf. Acesso em: 20 ago. 2023.


BARREIROS; J. P.; GADIG, O. B. F. Catálogo ilustrado dos tubarões e raias dos Açores. IAC - Instituto Açoriano de Cultura, p. 15-20, 2011. Disponível em: https://repositorio.uac.pt/bitstream/10400.3/1559/1/CatalogoIlustradoTubaroes.pdf. Acesso em: 20 ago. 2023.


KOTAS, J. E.; VIZUETE, E. P.; DOS SANTOS, R. A.; BAGGIO, M. R.; SALGE, P. G.; BARRETO, R. Pan Tubarões: Primeiro Ciclo do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Tubarões e Raias Marinhos Ameaçados de Extinção. Brasília (DF): ICMBio/CEPSUL, p. 23-25, 2023. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/biblioteca/download/livros_digitais/Biodiversidade/Livro_Pan_Tubar%C3%B5es_2023_vfinal_23_digital_compacto_compressed_1.pdf. Acesso em: 20 ago. 2023.

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